Em um reino muito distante (tudo pode acontecer nos reinos distantes de nós), existia um príncipe que estava diante de um acordo difícil de ser cumprido. Em razão da grande miséria que acometia suas terras o rei, seu pai, fez um trato com a Bruxa local prometendo a mão de seu único filho em casamento em troca de fartura, riqueza e prosperidade para o seu povo.
Ocorre que a Bruxa, além dos já sabidos hábitos “bruxescos” era a mulher mais asquerosa das redondezas, sua pele era de um verde musgo repugnante e recendia a enxofre, seu corpo arqueado e carcomido deixava dúvidas se a mulher ainda vivia.
Movido pelo sentimento de heroísmo que é uma virtude inata dos príncipes, o moço resolveu se entregar ao sacrifício do casamento. Toda a cerimônia ocorreu sem festividade, apenas para registrar o cumprimento do contrato. Mas, o pior estava por vir. A noite de núpcias. Ao entrar no quarto, o rapaz que tinha se preparado para o ápice de seu ato de heroísmo se deparou com uma linda mulher, escultural, com uma face de Deusa e voz angelical.
Sem acreditar no que seus olhos estavam vendo o príncipe ouviu a explicação da Bruxa: “Posso ser o que você quiser. Uma linda mulher ou uma Bruxa. Você deverá escolher quem vai lhe acompanhar pela manhã e quem se deitará com você a noite.”
Diante de novo desafio o moço se pôs a refletir. O que deveria escolher? Mostrar uma Deusa para seu reino durante o dia e se deitar com uma Bruxa? Ou passear pelos jardins do castelo com a Bruxa e fazer amor com a Deusa?
Depois de tomar sua decisão ele foi ao encontro da Bruxa e lhe disse: “Eu quero que você seja, o que você quiser!” Ao ouvir isso, a Bruxa se transformou definitivamente na Deusa e viveram felizes para sempre (ou até aparecer o dragão)!
Moral da história: Todas somos Bruxas e Deusas, todos temos o lado sombrio e o lado reluzente, queremos apenas a liberdade de ser o que somos! Ora luz resplandecente, ora escuridão de lua nova! O homem que aprender a respeitar essa característica feminina (sua e da parceira) evoluirá e será feliz!